terça-feira, 24 de julho de 2012

ESTRADA REAL- CAMINHO DOS DIAMANTES


Conforme havíamos dito anteriormente, iríamos realizar um sonho, fazendo a estrada real de Ouro Preto a Paraty, aventura esta que começaríamos no dia 15 de Julho, contudo, devido a problemas com o companheiro Elias, que não pode nos acompanhar e que tem um maior conhecimento de planilhas e GPS, tivemos que modificar nossos planos e a escolha que tivemos foi em vez de irmos para o Rio de Janeiro, seguimos para Diamantina, fazendo o caminho dos diamantes.
Nosso companheiro Elias, apesar de não poder nos acompanhar, se prontificou a nos levar de pick-up estrada ate o local, sendo que no dia 14 por volta das 13 horas, ele apareceu La em casa,  porem com um pequeno problema, ele teria que nos levar de Celta. Por isso foi necessário desmontar  a minha bike e a do Domingos.

Partimos em direção a Ouro Preto por volta das 13:40 hs e chegamos no destino por volta das 17:00 hs, sendo que o Elias ainda teve que montar as bikes.  Com a ajuda de um Suga (um daqueles indivíduos que não pode ver ninguém de fora que logo arruma um jeito de ganhar algum dinheiro nas costas deles) nos naquele momento,  com muito custo arrumamos uma pensão e passamos a noite ao custo de $ 40 reais com café da manhã.




Dia 15/07/2012 Domingo
Tomamos o café da manhã na pensão da Simone e partimos sentido o centro  histórico, iniciando as primeiras  subidas do caminho em meio a nevoa da manhã.




  Depois tivemos uma grande descida ate a cidade de  Mariana. Começamos a ter problemas com informações turísticas, no local de informação diziam que somente na segunda teríamos pessoas qualificadas para nos indicar o caminho correto, fomos aos taxistas que nos disseram que deveríamos voltar ate Belo Horizonte, pois para se ir para Diamantina era por la, que iríamos. Após diversas contradições, achamos o inicio do caminho e seguimos para Camargos, no caminho os populares que nos davam informações, tentavam nos desviar para estradas pavimentadas e mais perto, para encurtar o caminho, era difícil convencê-los de que queríamos seguir o caminho original da estrada real. Subimos a primeira serra, para chegar ao vilarejo de Córregos (local muito simples e acolhedor) passamos rapidamente pelo local e 




seguimos sentido  a Bento Rodrigues, onde tivemos que parar em uma oficina para remendar o pneu da bike do Domingos, no local fomos muito bem tratados, bebemos água e ganhamos algumas bananas, depois de uma conversa descobrimos que a filha do proprietário era motorista de caminhão e morava na mesma cidade nossa. no final o remendo ficou de graça. infelizmente devido a estarmos começando a viagem e não termos experiencia, esquecemos de tirar fotos com eles, por favor nos desculpem amigos.



 Após despedirmos do pessoal, passamos em um bar, pois já era hora do almoço e comemos um pão com lingüiça e refrigerante, neste dia descobrimos que a idéia que tínhamos de parar para almoçar não daria certo, pois teríamos que fazer um quilo e perderíamos muito tempo. E como infelizmente o caminho não rendia, optamos por lanches no lugar do almoço todos os dias. Seguimos em frente ate chegarmos a Santa Rita Durão e em seguida pegamos asfalto até Morro da água quente, dali em diante pegamos estrada de terra até Catas Altas,



 ficamos meio perdidos no caminho, mais com muito custo chegamos na cidade, após varias informações desencontradas decidimos continuar em frente, já era 16:00 hs, pegamos estrada de asfalto e conseguimos chegar em Santa Barbara por volta das 17:30 hs, achando uma pousada no centro, pousada circuito do ouro, onde pernoitamos com direito a café da manhã por $40 reais. Jantamos no restaurante comida mineira, onde descobri porque o companheiro Domingos tem tanta energia para pedalar, o homem come que é uma coisa de outro mundo, enche o prato e repete novamente com força. Neste dia percorremos 84 kms



16/07/2012 Segunda Feira
Levantamos por volta das 06:00 hs e descemos para tomar café, Domingos tomou um café super reforçado, varias vezes e em seguida partimos a procura de informações, o que nos atrasou por volta de uma hora, pois só conseguimos sair da cidade já era 08:00 hs,



 por um caminho longo ate Barão de Cocais, porem fácil. Na chegada na cidade, tivemos a maior sorte, um trabalhador que estava na rodovia de longe nos viu e percebeu que queríamos informações sobre a estrada real, pelo fato dele a fazer de moto.



 Com as informações  partimos para Cocais, após passarmos por debaixo de um pontilhão gigante de ferrovia, começamos um dos trechos mais difíceis do caminho, entramos em uma serra de plantação de eucalipto e por mais de 3 horas permanecemos nela só subindo ladeira acima, de lado so avistávamos as nuvens do nosso lado ou abaixo de nos (com certeza foi uma das serras mais difíceis). 





  Até para descer a serra tivemos dificuldade, pois também foi muito longa e com bastante cascalho, quando chegamos no lugarejo, já passava da hora do almoço e so tínhamos percorrido 26 km, tomamos um lanche e comemos um doce pé de moça e seguimos viagem, com informações de passaríamos por um eucaliptal muito difícil, pois era difícil de localizar os marcos da estrada real.



Realmente foi um pouco difícil, contudo tivemos sorte e localizamos todos os marcos e conseguimos chegar na estrada de asfalto para ir para Bom Jesus do Amparo, asfalto muito ruim, os buracos são tampados de terra, quando chegamos na cidade já estávamos muito cansados e vimos que não conseguiríamos manter o ritmo do dia anterior, tivemos que parar com apenas 54 km, 30 a menos que o dia anterior. Tivemos sorte, conseguimos  um quarto em posto de gasolina, por $15 reais, sem direito a café.  Ainda era 16:30, tivemos tempo de lavar as roupas sujas e por para secar na janela, mais tarde fomos ate o centro e jantamos em um restaurante um prato feito, ainda bem que era muito bem servido e deu conta do Domingos.

17/07/2012 terça-feira
Levantamos por volta das 05:40 hs e após ajeitarmos as tralhas, fomos ate a padaria, onde tomamos um café reforçado e partimos para a cidade de Ipoema, nomeio da estrada de asfalto tivemos a excelente companhia de um corredor de 66 anos de idade, que treina correndo de uma cidade para outra.



 Em Senhora do Carmo, paramos na rodoviária para outro café, chegamos em Itambé do Mato Dentro, já na hora do almoço, paramos em um bar para um lanchinho leve para não prejudicar na pedalada, quando cheguei perto do Domingos ele tinha pedido um prato e colocou 1 churrasco, 1 pastel grande, 1 salgado grande e 1 lingüiça acompanhada de refrigerante, após o lanchinho ainda tomou sorvete. 




Na saída não consegui água filtrada, por isto tive que encher o camelback de água de torneira. Partimos para o Morro do Pilar, trajeto muito longo, subimos e descemos varias serras, passamos por muitos caminhões e carros da empresa Camargo Correia, que e dona de mineradoras na região. 





Passamos por uma areia estranha, que de tão fina a bicicleta trava no lugar e fica difícil pedalar, no resto  do trajeto  ainda passaríamos por muitos locais com esta areia. Pedimos informação no caminho no canteiro de obras da mineradora, onde fui informado que a 200 metros entraríamos a esquerda e avistaríamos Pilar,  tivemos que pedalar 8 km para  passar estes 200 metros, quando avistamos a cidade , 



Na foto abaixo, encontramos a primeira dupla de ciclistas, que fazia o caminho ao contrario e fazia alterações conforme as necessidades de irem na casa de parentes que moram na região, eles eram de Contagem Minas Gerais.


deparamos com 2 ciclistas, que faziam o trajeto ao inverso de nos, tiramos algunhas fotos e trocamos informações . Seguimos ate a cidade e conseguimos uma pousada boa por $75 reais os 2, com direito a café da manhã. Lavamos roupa (a roupa que se lava e difícil para secar) A noite comemos uma pizza e fomos dormir.

18/07/2012 quarta-feira
Tomamos um café farto (melhor café da manhã  que tomamos, muita fartura) a pousada se chama  Vo Juca, inclusive pegamos uma maça e 1 banana para o caminho. 



Subimos a uma altimetria de 800 metros e depois 30 km ate Conceição do mato Dentro, foi uma das maiores cidades do caminho, tomamos um lanchinho, Domingos ligou para sua esposa Florinda e a felicitou pelo seu aniversario, liguei também para minha esposa e partimos  em direção a Córregos, 


Na foto abaixo encontramos o primeiro caminhante do caminho, ele era de Petropolis RJ e nos disse que fazia uns 30 kms por dia.





o vilarejo  e pequeno mais muito bonito e tem muito patrimônio histórico, encontramos com mais 2 ciclistas, tiramos fotos e trocamos informações, descobrimos que assim como a dupla anterior , eles ficavam muito tempo no mesmo lugar e percorriam menos quilômetros que nos. eles eram da cidade de Uberlandia MG.



 Após as despedidas conseguimos água em um cartório da cidade e partimos para Tapera, local acolhedor e bonito, viramos a direita na igreja e começamos s uma subida em uma floresta íngreme (se ouvia barulho de água o tempo todo) pensei que não teríamos outra serra igual a de Cocais, mais me enganei, sofri demais nesta  serra, foram horas empurrando bicicleta. 



O companheiro Domingos praticamente nasceu em cima de uma bicicleta e por incrível que pareça não desce da bike de jeito nenhum, sobe qualquer morro, também pudera, comer como ele come, ele agüenta. Quando acabou a serra de 1000 metros de altimetria  começou outra quase igual a primeira e também interminável. Já estava ficando muito tarde e  eu pensava que não conseguiríamos chegar em Itapanhocanga,  depois das 2 serras começamos uma estrada descendo muito longa e chegamos junto com a escuridão e chuva no vilarejo, fomos recebidos por uma família que nos ofereceu um café e nos indicou uma pousada. Batemos palma ate cansar na pousada e ninguém atendeu, tivemos que procurar outra. Encontramos a pousada fogo e sereno, o quarto era todo mofado, as roupas igualmente, pensei em tentar novamente na outra pousada, mas o Domingos resolveu ficar ali mesmo. Tomamos um banho, lavamos as roupas e fomos jantar na própria, pois não tinha outro lugar para isso. O jantar foi esquentado dos restos do almoço, no quiabo so tinha o caldo e restos mesmo, a única televisão que vimos era no refeitório, quando fui dormir tive tampar o nariz com minha calça e mesmo assim, não consegui dormir direito. De manhã o café foi muito ruim, foi a pior pousada do caminho, não recomendo a ninguém. Sem contar que cobrou $40 reais. ( so forem la, passem longe desta pousada)

19/07/2012  quinta-feira
Após tomarmos um café com pão e margarina, saímos sob uma densa nevoa, que nos acompanhou por varias horas,


 após alguns kms, deparamos com uma rodovia de terra (estilo a transamazônica) e o incrível e que os carros andam como se fosse asfalto (em alta velocidade), após algumas horas chegamos no Serro, onde conseguimos passar por fora da cidade.  para felicidade do Domingos encontramos um vendedor de pasteis na rodovia, vocês não sabem a felicidade que este homem ficou, comeu uns pasteis e ficou feliz.

 O trevo para três barras era logo em frente e começamos a transitar por um asfalto novo (melhor pavimentação da estrada real)

Na foto abaixo encontramos o segundo caminhante da estrada, tambem em sentido contrario, ela era de São Paulo.



 lanchamos em três barras e seguimos para Milho verde, passamos estradas que davam acesso a cachoeiras e por muitas subidas, pois estávamos na serra do espinhaço. 

Na foto abaixo encontramos a terceira dupla fazendo o percurso no sentido contrario, eles eram de Campinas São Paulo.









Chegamos em Milho verde, a cidade e maravilhosa, muito bonita, as pessoas são muito amáveis. A cidade e cercada por cachoeiras e hospitalidade. Conversamos que populares e proprietários de restaurantes e pousadas e seguimos para São Gonçalo do Rio das Pedras. O caminho é muito bonito e apesar de algumas subidas é fácil de chegar a cidade, a vila não perde nada para milho verde, o centro e calçado com pedras enormes do tempo dos escravos, por indicação da segunda dupla de ciclistas que tínhamos encontrado procuramos pelo turismo solidário (casa de família treinada para acolher turistas)





 fomos acolhidos na casa de Dona meninona, a mesma abriu sua casa para nos, nos mostrou um quarto simples e acolhedor, sem luxo mas muito limpinho. Dona meninona tem um pequeno barzinho do lado da casa, onde vende tudo um pouco, sendo sua especialidade o açaí. Ficamos sozinhos em sua casa, pois ela fica no bar e só vai para casa quando não tem mais clientes. Tomamos banho, lavamos roupa e depois ligamos para nossas famílias, já era 19:00 hs, fomos ao bar onde dona meninona tinha feito janta para nos, a comida foi a melhor da estrada real, muito simples, porem muito apurada, o domingos comeu e comeu e comeu de novo e no fim ainda comeu uma tigela de açaí. Fomos dormir.

20/07/2012  sexta-feira
Ultimo dia, acordamos,tomamos um bom café da manhã, Domingos ainda comeu vaca atolada no café. Tiramos algumas fotos e partimos em direção a Val, lugarejo bem próximo a onde nos encontrávamos. No local tiramos fotos e conversamos com uma senhora de um centro de cultura, tomamos café e partimos em direção ao fim de nossa viagem a cidade de Diamantina.

 Vimos que no mapa de altimetria a cidade ficava a 1200 metros de altura. Começamos a subir uma serra interminável, onde gastamos muito tempo, no alto da serra o freio a disco do Domingos pifou e ele teve que descer a serra empurrando, dando uma pequena atrasada na viagem.









 Logo em seguida começamos a ultima serra, como estávamos acabando, foi muito difícil subir a derradeira, depois foi so descida ate a entrada da cidade. Deslocamos por bairros da cidade ate chegar ate a rodoviária, que por coincidência esta na parte mais alta da cidade, por isto novamente subimos, subimos e subimos, mas finalmente as 13:00 hs chegamos a rodoviária de Diamantina, onde conseguimos com o motorista e cobrador da viação Pássaro Verde deslocar as 14:10 com as bicicletas montadas no bagageiro, 


sentido a Belo Horizonte. Chegamos ao anel rodoviário as 19:30 hs, montamos novamente nas bikes e pedalamos ate a estação Eldorado do metro, onde deixamos as bikes na casa da minha sogra e deslocamos de ônibus para Florestal, posteriormente busquei as bikes.
Finalizando, só posso dizer que apesar de todo o esforço e a coisa melhor que já fiz, aconselho a quem for o percurso, que faça no sentido inverso (Diamantina Ouro Preto) fica bem mais facil.

Em todas as cidades fomos muitobem recebidos pela população e foi muito prazeroso pedalar por todo o caminho da estrada dos diamantes. pedalamos 400 kms, dando uma media de 66 km por dia, começamos no domingo de manhã e terminamos na sexta-feira as 13:00 hs.



Um comentário:

  1. oi! como estao voces, sa e domingos ? achei o blog de voces numa busca que fiz no google sobre viajantes na estrda real caminho dos dimantinas em 2012. achei oblog e vi que pernoitarama na pousada do posto lima e bicalho. sou guia de turismo e sempre que tenho a oportunidade converso com todos os viajantes da estrada real. nao tive a sorte de conhece-los. rs mas deu para ver que voces alem de fazer a rota ao contrario da maioria, conheceram muitos outros ciclistas ou viajantes. atualmente faço um mini relatorio de quem passou na rota, ja eu moro na rua principal ontem todos passam. voces podem me ajudar a atualizar esses dados me informando os nomes, a origem de cada um deles, qual dos caminhos eles fizeram, se tem algum blog da viagem, alguma curiosidade que tenham falado. meu e-mail eh: ferghuma@yahoo.com.br, se voce tiverem facebook, podem ver todas as fotos que ja postei dos outros viajantes e inclisive as suas. eh so procurar por fernandoo goncalves ( bom jesus do amparo mg). fica dica a voces, o site da estrada real eh possivel fazer o pedido do certificado de conclusao de algum dos quatro caminhos. obs: pela caimseta de um de voces, fdeu para perceber que participou da etapa xterra em santa barbara. certo ? obrigado pela atençao. abraço

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